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Foto do escritorLucas Garcia

Programadores, os novos engenheiros?

De 2020 até agora, a profissão de programação; criação e desenvolvimento de códigos tem crescido no interesse das pessoas.

Este não é um evento isolado no Brasil, onde podemos observar diversas notícias de empresas oferecendo cursos e mais cursos para o aprendizado e a profissionalização de pessoas nesta área, mas sim, uma febre que está ocorrendo em todo o mundo e tende a se intensificar.

Acredito que um parâmetro interessante para a afirmação de que esta profissão esta se tornando uma “febre” é a presença constante de citações, memes e diversas outros pontos presentes em redes sociais como TikTok e Instagram.

Entendo que muitos ainda não encaram redes sociais como uma maneira de identificar novas tendencias e fazer certas deduções quanto ao futuro… Entretanto, ignorar isto é o mesmo que ignorar a realidade e como diria Ayn Hand:

Você pode até ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequências da realidade.

A realidade que me refiro:


Desde 1994 algumas mudanças, eventos políticos, sociais e econômicos ocorreram no Brasil que resumidamente levou acesso à titularidade de “formação no ensino superior” para muitos brasileiros.

Isso claramente foi algo aclamado por muitos, afinal de contas, por anos e anos ter um diploma foi considerado algo extremamente necessário e que faz uma enorme diferença em sua vida profissional.

As consequências dessa nova realidade, como já dito, foi um enorme “boom” de brasileiros formados em universidade brasileiras.

Entre as principais formações que estes brasileiros tinham eram a de engenharia.

O problema quanto a este novo “boom” de formação acadêmica, evidenciada principalmente na área de engenharia a partir de 2012 foi uma curva acentuada no aumento da oferta de mão de trabalho qualificada na área de engenharia, enquanto, devido a crises políticas, econômicas e sociais no país; houve uma diminuição acentuada na oferta de empregos na mesma área.

Resumidamente, enquanto a oferta de mão de obra qualificada aumentava anualmente graças ao “boom” gerado através da facilitação de mais e mais brasileiros nas universidades, a oferta de emprego para estes mesmos brasileiros, apenas decaiu por diversos fatores.

Não há mérito em entrarmos e/ou detalharmos aprofundamento o porquê disso acontecer e/ou discussões se foi algo positivo ou negativo.

O que verdadeiramente importa é o resultado que esta “nova” realidade gerou… O famoso fenômeno de motoristas de Uber com ensino superior em engenharia.


Engenheiros como motoristas de Uber?


Não é uma novidade para ninguém o quão comum tornou-se encontrar um motorista de Uber que tinha ensino superior em engenharia, arquitetura ou algum curso considerado importante pelos pais dos milenares.

A principal razão apontada por essas pessoas para trabalharem com a Uber, foi de que era uma maneira para completarem suas rendas já que seus trabalhos principais não pagavam o suficiente e/ou não conseguiam trabalhar com carteira assinada…

É importante observar que em ambos os casos, quase nenhuma dessas pessoas trabalhavam na profissão que tinha formação.

Claramente, podemos atribuir este fenômeno a diversos problemas que o próprio Brasil possui quando se trata de contratar um novo funcionário... também conhecido como o “custo CLT”; crise econômica; insegurança jurídica e diversos outros. Porém, todos esses problemas são conhecidos desde que o Brasil se chama Brasil… E apesar disso os brasileiros conseguiam dar a volta por cima com muita luta e sofrimento.

O que de fato alterou essa balança e deixou a luta que já era complementarmente desbalanceada ainda mais “pesada para um lado”, foi o aumento artificial na oferta de mão de obra qualificada.

O resultado óbvio dessa nova realidade foi um maior desemprego para a maior parte dessas pessoas e a diminuição no salário que poderiam receber.


Onde a programação entra nessa história?


Como introduzido no início desse texto, existe uma febre relacionada a profissão de “programador”, afinal de contas, é uma profissão que não exige uma presença em um local de trabalho específico, isto é, pode ser realizada de qualquer lugar do mundo; é uma profissão extremamente relevante para nossa atual era, que cada vez mais está ligada ao digital; existe uma oferta gigantesca, por diversas empresas de tecnologia que surgiram nos últimos anos e é algo barato de ser aprendido.

Em outras palavras, é uma profissão que te dá comodidade, paga bem e atualmente é extremamente demandada pelo mercado.

Porém, essa descrição se enquadraria bem, quando falávamos da engenharia no Brasil de 2002 até 2014… Já que existia uma demanda por grandes empresas construtoras que foram “beneficiadas” pelo momento político e econômico…


Programação, os novos engenheiros?


O título deste artigo é uma alusão e um questionamento que me fiz, quanto ao início deste “boom” na área de programação.

Com minhas observações, cheguei a essa pequena dedução de algo que poderia ocorrer no futuro… Uma imensa oferta na mão de obra de programadores e por algum motivo, uma diminuição na oferta ou até mesmo uma “estabilização” na demanda de trabalho para estas pessoas.


Realmente uma dedução como essa para o futuro parece ser algo completamente insano… Afinal de contas, através de um olhar despercebido, uma dedução como essa poderia ser interpretada como a premonição de que a busca e desenvolvimento de tecnologias será algo simplório e não mais, um dos motores que levam a humanidade adiante…

Na opinião do autor deste artigo, o desenvolvimento de tecnologias e etc; é algo extremamente relevante e continuará a ser o que nos leva para um futuro promissor.

O que realmente gostaria de pontuar é que programação poderia se tornar apenas algo comum na vida de todos nós… Porque diferente da engenharia, a programação é uma linguagem que se torna necessária em nosso cotidiano.

Um exemplo para comparação que abrangeria, não apenas a situação da engenharia, mas também, um passo adiante, é que durante toda a história, existiam pessoas que serviam aos reis como “escribas”. Sua função era escrever o que o rei solicitasse.

Se olharmos para os dias de hoje, esta profissão continua a existir… Claro que atualmente existem outros nomes para ela como: escritores, copywriting, profissionais de SEO e etc.

Porém, com um olhar atento você perceberá que com a “democratização” da escrita para a maioria das pessoas, o simples ato de colocar palavras no papel, se tornou algo simples… Apesar de existirem pessoas muito habilidosas em fazer isso, onde geralmente, se tornam autores de livros, profissionais de copywriting e etc.


Qual minha dedução quanto a programação?


Apesar do título de “programadores, os novos engenheiros?” e fazer esta comparação opinativa, não acredito que os programadores entraram na mesma onda dos engenheiros e se tornaram motoristas de Uber ou qualquer novo aplicativo que surgir.

Talvez isso seja parte de um processo que, como falei anteriormente, tornará a programação como uma habilidade simplória da mesma forma que é colocar palavras em um papel.

Ou seja, uma de minhas deduções completamente insanas, é que esse novo “boom” pode ser mais um “prelúdio” de que, da mesma forma como foi a escrita, programar será uma habilidade básica para todo ser humano e apenas os “melhores” trabalharão de fato com programação.


Como sempre gosto de ressaltar, o futuro é algo completamente incerto e impossível de deduzir com maestria, afinal de contas, suas possibilidades são infinitas… Entretanto, às vezes podemos olhar para ocorridos do passado e arriscar algumas deduções tentando “ligar os pontos” com uma avaliação opinativa da realidade.

Se tudo isso se tornará verdade? Bem, apenas o tempo nos dirá.

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O que acha?



Disclaimer: Apesar de existirem dados que poderiam ser colocados para embasar minha opinião, deixo aberto para o leitor fazer suas próprias pesquisas e conclusões.


Escritor: Lucas Garcia

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Originalmente publicado:lucasgarciajornada.com


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